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  • Foto do escritorGabriel Noboru Ishida

Estilo Decor - Urban Jungle - O ponto de equilíbrio

Atualizado: 17 de jan. de 2023

A cidade gerou o urban jungle!


A grande concentração urbana que se acumulou durante séculos, até chegar ao mórbido cinza concreto asfáltico da atualidade, foi o terreno perfeito para o crescimento desta nova espécie de design que brotou naturalmente em meio a tantos estilos, contrariando as expectativas.

É verdade o que muitas pessoas dirão: "Minhã mãe e minha avó já gostavam de encher a casa de vasos de plantas". Sim, e é também verdade que essas pessoas usavam retornáveis e embalagens de papel, super ecológicas e sustentáveis porque o mundo era outro. Mas não era moda... ainda.

Após os anos 80 e 90, após o boom da música eletrônica, da moda plástica, do cyberpunk, replicantes, aliens, dos milhares de eletronicos portáteis (quase viramos borgs) e da devassadora invasão da tecnologia em todos os setores - e do minimalismo como se fosse um colapso sensorial - os valores tradicionais chamaram a atenção por terem um sabor muito superior à comida industrializada que o design estava servindo.

Tenho observado ao longo de algumas décadas (eu não tão sou novinho... nasci em 76, ufa!), esse movimento. Na casa dos meus pais havia vasos e vasos de plantas, de forma caótica. Eu achava feio - hoje acho lindo.

Como um movimento da contracultura do fim do século e início do próximo, o surgimento dos movimentos hipster e beatnik, e do boho, na decoração, buscaram resgatar uma atmosfera tradicionalista para não só afirmar autoridade através do visual e alguns comportamentos, mas também devido à inércia da conscientização social, ecológica, econômica. E também, devido a uma necessidade enorme de savação da intelectualidade, soterrada sob o pop.

Esta geração paralela, que começou a usar roupas de brechó e estilos retrô como se fossem nossos avós mas com 25, 30 anos, caminharam pelas ruas com smartphones de alta tecnologia, em busca de plantinhas e vasos, e outros itens cujo rastro anacrônico seriam perfeitos para suas mensagens e estilos de vida.

Estes hipsters e outros bohemios, ecologistas, veganos, minimalistas, ou uma contracultura (tradicionalismo agora é contracultura) que nada tinha a ver com isso, foram os responsáveis por manter viva a tradição de uma longa geração de familiares que sempre amaram a natureza e plantas. Além é claro, do esforço das lojas de paisagismo, e uma grande dose de bom senso e amor pela vida. Encher a casa de plantas, é lindo.

É certo que estou simplificando: muita gente que não se enquadra em qualquer categoria, ama plantas. Você não precisa ficar com medo de ser taxado(a) por isso.

Somos todos fã de plantas, senão não teriamos passado por este artigo. Afinal de contas, nossa natureza é a mesma, nas profundezas da alma - tanto que há uma boa quantidade de lendas mitos de diversas culturas, e fatos sobre nossa origem ser... num jardim, seja ele a Mesopotâmia ou a Amazonia, ou o Éden por exemplo. Ninguém ousaria dizer que não viemos de um jardim primordial, seja ele qual for.


Estilo brasileiro ou mundial


Em algum lugar, alguém poderia dizer que isso é coisa de brasileiro. Porque lá fora, na gringolândia, muitas pessoas acham que vivemos no meio de macacos, na selva, sambando e jogando futebol. Existe até uma novela russa dos anos 80 com um personagem que finge ser brasileiro, e ele tem um macaco empalhado no colo.

Mas dizer que é um movimento tropicalista brasileiro seria um engano: é mundial mesmo. Mas como muitas espécies são nativas do Brasil ou similares, e em geral de clima tropical, essa idéia é facilmente adubada e cresce muito.

Os jardins de inverno originais são europeus, e feitos para proteger as plantas do inverno. Locais pequenos ou grandes, à semelhança do Palácio de Cristal de Londrina, cheios de plantas tropicais exóticas, bem ao gosto dos naturalistas franceses e ingleses. E eles datam originalmente do século XVII ao XIX, pelas mãos de nobres europeus e geraram obras arquitetônicas lindíssimas como o palácio de Cristal de Curitiba ou Petrópolis -que são basicamente estufas, onde a luz entra, esquenta o clima local e sustenta a vida sem o gelo.

Nestas construções em estilo estufa (que segura o ar e o calor do sol) podemos ver muitas costelas de adão, espadas de são jorge, marantáceas (forrações folhagens desenhadas lindas) e pteridófitas (samambaias) pendendo sobre as cabeças.

Mas nós temos todas essas espécies como mato, de verdade. Espalhadas pelos campos e florestas. Porém os gringos pagam caro por um exemplar de jibóia ou bananeira por exemplo, e o esforço é grande para mante-las vivas devido ao inverno.Por isso, jardins de inverno. Quer se sentir privilegiado(a)? Visite esta loja: Gardengoodsdirect.com



Também é uma tradição do modernismo brasileiro encher o mundo de plantas, graças em parte ao terceiro pilar do trio modernista mais famoso (Oscar Niemeyer. Lucio Costa e o badalado Burle Marx). Dessa forma, após o domínio do modernismo no final do século passado, somado a influencia de Burle Marx + as mamães e vovós da vida, temos o produto da brasilidade pós moderna ecofriendly e despojada do materialismo "boomer": urban jungles, que traduzido do inglês, é naturalmente, "selva urbana".


Pulmão do mundo?


Apesar de todo o auê sobre a funcionalidade das plantas sobre a atmosfera dentro da residência, eu arrisco dizer que é uma bobagem já que normalmente abrimos as janelas e trocamos todo o ar rapidamente. E atualmente todos já sabem que são os oceanos que filtram o grosso do CO2 da atmosfera, e não as selvas.

Portanto, é mais uma questão de imagem conceitual ecológica, do que efetivamente, funcionalidade atmosférica, para caso alguém justifique esta linha estética como um apelo ecológico real. É claro que mais plantas são ótimas, mas uma calçada mal cortada tem a mesma quantidade de plantas que um apartamento lotado... E também, para esclarecer o termo "sustentável" (nem todos estão totalmente conscientes da tradução correta), devemos considerar que significa mais especificamente, fazer parte de um ciclo de consumo. Hortas de temperos em casa são sustentáveis, mas um vaso de Ficus lyrata não é.


Amo


Porém, como fica evidente pelo tamanho do texto, eu sou super adepto dessa linha, e por isso minha casa é uma urban jungle - só não tem mais plantas porque não entra a quantidade de luz que eu gostaria, e porque não cabe mais.

Eu amo as plantoninas - elas tem um poder de acalmar o coração e a mente e nada pode se comparar a isso. Além disso, uma vez que sou apaixonado pelo Brasil, me delicio com o verde ao meu redor!






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